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Equipe do (RE)Significando.

Importância da Didática na Formação do Educador Matemático

Há um conjunto de saberes pedagógicos que são essenciais para o exercício da profissão docente.É preciso que os professores construam pontes entre o significado do conteúdo curricular e aquele compreendido pelo aluno.



Para esta tarefa, é necessário que os professores tenham uma compreensão profunda, flexível e aberta do conteúdo, ou seja, que estejam atentos para as dificuldades mais prováveis dos alunos perante os conteúdos, já que nas escolas fala-se exclusivamente do ensino dos conteúdos e não há uma ampla compreensão do que é educação e do que é aprender: "Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos" (FREIRE, P. Pedagogia da autonomia, p.30)


Assim, a didática constitui uma área integradora transversal, articulando atributos da psicologia, sociologia, epistemologia e do pensamento educacional, mobilizando-os para a reflexão sobre a prática pedagógica do próprio professor. Ela pressupõe uma análise dos processos de construção dos saberes em cada área curricular e a discussão da natureza das atividades de aprendizagem, dos processos de pensamento e das inter-relações entre os diversos interventores no ato educativo: "A didática se caracteriza como meditação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente"(LIBÂNEO,José Carlos, 1994, p.28)


A didática, longe de reduzir-se a uma simples coleção de métodos e técnicas de ensino, constitui o enquadramento teórico fundamental em que se situam os quadros de referência de ação do professor. Toda a atuação do professor com os alunos pressupõe uma perspectiva didática, clara . É a partir dela que cada professor seleciona objetivos, organiza atividades, formula critérios de avaliação, determina procedimentos de atuação para cada tipo de situação.


Então, podemos dizer que a Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das estratégias de aprendizagem.


O trabalho do professor em sala de aula muitas vezes se resume em repassar os conteúdos aos alunos, sem estimular neles a interpretação, a crítica e a criatividade, pois, a contratação de bacharéis vai resultar-se nisto que citamos neste parágrafo e também tiramos a conclusão que essa prática de querer transferir conhecimento não parte apensas de alguns professores, mas também de nossos governantes, queremos lembrar aos mesmo que "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção" (Freire 1996, p. 47).



COMO A DIDÁTICA CONTRIBUI NA PRÁTICA EDUCATIVA?


Ao se tratar da aprendizagem na escola verifica-se que, numa concepção de educação em que a transmissão de conhecimentos é o único objetivo e a manutenção da realidade é a finalidade, nessa ótica, o professor é simplesmente aquele que detém o conhecimento e, portanto, o transmite para os estudantes. A capacidade de ver o outro, de captar a aprendizagem já existente no estudante, tende a não ser considerada pelo professor.


De outro lado, numa educação que busca a transformação da realidade, o conhecimento passa a ser fruto de uma construção coletiva, e, assim, o professor é mais do que o mero "ensinante" e o processo de ensino-aprendizagem adquire movimento de troca e de crescimento mútuo.Nessa percepção, como Paulo Freire(1996) tão bem descreveu, o processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla, de um lado, o professor ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num processo dialético, isto é, permeado de contradições e de mediações. Assim, os professores se utilizam de vários saberes para a construção de sua prática, os saberes provindos das experiências, da prática, não são saberes iguais aos outros, mas sim, formados de todos os outros, pois é em prol da própria prática que os demais saberes são articulados.


Concluindo, a mudança no ensino depende de nossa formação e da transformação das nossas práticas em sala de aula. Esta transformação se dá em várias "esferas": acadêmica, governamental, prática pedagógica e política.


Cabem a nós, professores, um trabalho reflexivo e uma reconstrução permanente de nossas identidades pessoais e profissionais, pessoal porque só é possível mudar o meio, as nossas práticas, quando aprendemos a mudar nós mesmos, o nosso jeito de olhar e viver as coisas do dia-a-dia, é a mudança pessoal, a mudança de atitude que leva à transformação profissional, "A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais que os tornam aptos a atuar no meio social e a transformá-lo em função de necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade"( LIBÂNEO,José Carlos, 1994, p.17)



O PLANEJAMENTO NO ENSINO DE MATEMATICA


O trabalho do educador é tão complexo e importante que não pode ser improvisado, cada professor, conhecendo os alunos com os quais trabalhará, tem de saber o que vai ensinar, para que e como fará isso ao longo do trabalho educativo, "Não pode exigir que os alunos adquiram um domínio sólido de conhecimento se o próprio professor não domina com segurança a disciplina que ensina,( LIBÂNEO,José Carlos, 1994, p.73)


Esse planejamento do processo de ensino e aprendizagem que os professores devem construir para orientar sua ação pedagógica na sala de aula é aqui chamado de Planejamento de Ensino.


Para o educador que trabalha com uma perspectiva inclusiva, que se preocupa com as reais condições culturais de seus alunos, o planejamento de ensino deve considerar os valores, os saberes e as experiências práticas que eles possuem, selecionando e organizando os conteúdos do ensino coerentemente com essas condições.


Para que o educador faça um bom planejamento é preciso que ele conheça o aluno.


CONHECER O ALUNO?


"conhecimento das características sociais, culturais e individuais dos alunos, bem como o nível de preparo escolar em que se encontram", (LIBÂNEO,José Carlos, 1994, p.72)


Quem são meus alunos?
Quais são os conhecimentos que eles tem com relação aos conteúdos que estarei passando pra eles?
Quais são as suas expectativas?
Quais são as dificuldades?
Eles têm fácil acesso a materiais didáticos?


Essa preocupação em conhecer os alunos é muito importante, pois o professor pode se enganar quando confunde os alunos reais, aqueles que estão em sua sala de aula, com um modelo idealizado, geralmente aquele que "todo professor gostaria de ter": saudável, bem alimentado, cuidado pela família, com acesso a livros, computador,etc.


Dessa forma, se os alunos têm origem em famílias com pouca escolaridade, que não possuem livros em casa, que não lêem jornal cotidianamente, crianças que não têm a experiência de ganhar livros, então, o planejamento de ensino precisa considerar que essas práticas sociais devem estar presentes na própria escola. Esta, por sua vez, deve se organizar para suprir da melhor forma possível todas as faltas que a condição de exclusão de seus alunos possa estabelecer.


A IMPORTÂNCIA DO PLANJAMENTO PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOCENTE?

Todo e qualquer profissional deve ter em sua prática docente o ato de pesquisar, elaborar e refletir. Quem planeja tem atitude crítica diante do seu próprio trabalho, o educador quando é crítico ele questiona sobre as diversas situações que surge diariamente na escola, "Didática crítica busca superar o intelectualismo formal do enfoque tradicional", ( VEIGA, I.P.A. 1996, p. 25)


O mais importante não é a quantidade de conteúdos passados para seus alunos e sim a qualidade, para que isso ocorra o educador deve utilizar do planejamento como um instrumento de construção.


Portanto, o planejamento deve estar presente em todas as atividades escolares. É a etapa mais importante do projeto pedagógico, porque é nesta etapa que as metas são articuladas a estratégia e ambas são ajustadas as possibilidades reais.



DINAMICA NA AULA DE MATEMÁTICA?


Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós, como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.


O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os adolescentes gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através de jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido. Para isso, eles devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade escolar diária. Neste sentido verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais.


Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando, a aluno aprende, sobretudo, a conhecer e compreender o mundo social que o rodeia, os jogos são educativos, sendo assim, requerem um plano de ação que permita a aprendizagem de conceitos matemáticos e culturais de uma maneira geral. Já que os jogos em sala de aula são importantes, devemos ocupar um horário dentro de nosso planejamento, de modo a permitir que o professor possa explorar todo o potencial dos jogos, processos de solução, registros e discussões sobre possíveis caminhos que poderão surgir.


Devemos utilizá-los não como instrumentos recreativos na aprendizagem, mas como facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios que os alunos apresentam em relação a alguns conteúdos matemáticos.


Devemos escolher jogos que estimulem a resolução de problemas, principalmente quando o conteúdo a ser estudado for abstrato, difícil e desvinculado da prática diária, não nos esquecendo de respeitar as condições de cada comunidade e o querer de cada aluno. Essas atividades não devem ser muito fáceis nem muito difíceis e ser testadas antes de sua aplicação, a fim de enriquecer as experiências através de propostas de novas atividades, propiciando mais de uma situação.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


Prática educativa, Pedagogia e Didática. (LIBÂNEO, Jose Carlos).Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
Pedagogia da Autonomia(FREIRE, Paulo). Rio de Janeiro: Paz e terra, 2001.
Didática: Uma retrospectiva histórica. In:(VEIGA, I.P.A.) (ORG.). Repensando a didática. Campinas, SP: Papirus, 1996.
(SILVA, Roseane, 2008), http://www.socieduca-inter.org/cd/complemento/18.pdf
http://jc.uol.com.br/2008/04/15/not_166203.php). Publicado em 15.04.2008, Fonte: JC OnLine.
BICUDO, M. A. V. (org.) Educação matemática. São Paulo: Moraes, 1985. BURAK, D. Modelagem matemática e a sala de aula. In: I EPMEM-Encontro Paranaense da Modelagem Na Educação Matemática, 2004, Londrina. Anais do I EPMEM, 2004. Disponível em: www.dionisioburak.com.br/. Acesso em: 05/09/09.
DANTE L. R. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo: Ática, 2005.