Nosso objetivo é compatilhar ideias que fomentem aprendizagem na área da Matemática com foco no Pedagógico. Sejam bem vindos ao nosso blog.
Equipe do (RE)Significando.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Matemática contextualizada e interdisciplinarizada

Segundo os PCN+ a articulação interdisciplinar promovida por um aprendizado em contexto, não pode ser vista como um produto suplementar a ser oferecido eventualmente se der tempo, porque sem ela o conhecimento desenvolvido pelo aluno estará fragmentado e será ineficaz.

A matemática deve ser compreendida como uma parcela do conhecimento humano essencial para a formação dos indivíduos, que contribui para a construção de uma visão de mundo, para ler e interpretar a realidade e para desenvolver capacidades que deles serão exigidas ao longo da vida social e profissional.


Aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e habilidades que são essencialmente formadoras, á medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o para compreender e interpretar situações, para se apropriar de linguagens especificas, argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões, generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação.


Segundo os documentos norteadores do currículo e especialistas são inúmeras as experiência que oportunizam a contextualização e interdisciplinaridade, dentre as quais sinalizam:


  • Construção de projetos em comum, de fóruns de discussão para problematizar um conhecimento envolvendo a matemática e outras disciplinas.



  • A utilização de experiências curriculares por problema, quando a compreensão e a resolução de questões pertinentes e relevantes para a escola e para a comunidade são vivenciadas, estudadas e sugestões de soluções são construídas.



  • A mobilização de várias disciplinas em eventos científicos e socioculturais, demandando a construção de relações.


A matemática traz em si relações, conjugações. Por exemplo: aprender Matemática na progressão geométrica formada pela incidência de juros no preço do eletrodoméstico que se deseja comprar; estudar as razões históricas que deram origem e importância aos conhecimentos matemáticos, explorar na Geometria a predominância de paralelepípedos e retângulos nas construções arquitetônicas ou a predileção dos artistas pelas linhas paralelas e perpendiculares nas pinturas e esculturas, a Álgebra enquanto linguagem presente cotidianamente em gráficos nos noticiários ou como cálculos de natureza financeira e prática em geral.


Assim a Matemática, na perspectiva contextualizada e interdisciplinar permitirá ao aluno usar e interpretar modelos, perceber o sentido de transformações, buscar regularidades, conhecer o desenvolvimento histórico e tecnológico de parte de nossa cultura e adquirir uma visão sistematizada de parte do conhecimento matemático.


Pensar em uma educação interdisciplinar e contextualizada, uma educação holística, humanista e intercultural exige que o currículo, conteúdos e disciplinas e praticas sejam analisados à luz da ideologia que disseminam e defendem, se estão funcionando como instrumentos de conservação das injustiças sociais ou do questionamento dessas injustiças. O currículo não pode ser separado do contexto social.


A política curricular é um processo de seleção e de produção de saberes, de visões de mundo, de habilidades de valores, de símbolos e significados- em suma de culturas. Se a ação educativa visa uma formação para autonomia como principio de educação para a cidadania, que deve ser exercida num contexto democrático, a organização curricular deve ser objeto de permanente reflexão coletiva.







domingo, 4 de julho de 2010

O Planejamento em Educação

Etapas do Planejamento de Ensino

1 CONHECIMENTO DA REALIDADE
  • etapa de sondagem e diagnóstico;
  • autoconhecimento por parte do professor
  • conhecimento da equipe de trabalho
2 DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS
  • é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da atividade docente.
  • objetivos gerais- são as metas mais amplas que escola procura atingir e longo prazo.
  • objetivos específicos- referem-se às mudanças comportamentais esperadase um período mais curto, sendo uma aula ou uma unidade de ensino.
3 SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
  • refere-se a organização do conhecimento. O conteúdo é um instrumento básico para poder atingir os objetivos;
  • deve ser significativos e realistas.
4 METODOLOGIA DE ENSINO - ESCOLHA DOS PROCEDIMENTOS ADEQUADOS
  • expressam as ações docentes e discentes para alcançar os objetivos educacionais, formas de organizar as experiências de aprendizagem durante o período de aula.
5 SELEÇÃO DE RECURSOS DE ENSINO
  • conjunto de meios materiais e humanos que auxiliam o professor e o aluno na interação do processo ensino e aprendizagem
6 ORGANIZAÇÃO DAS FORMAS DE AVALIAÇÃO
  • processo contínuo e sistemático
  • envolve variedade de instrumentos.
ENTRAVES QUE PREJUDICAM O PLANEJAMENTO NO COTIDIANO ESCOLAR
  • atividade burocrática;
  • copias do livro didático, de colegas ou de anos anteriores;
  • escolas com textos belíssimos e práticas contaditórias;
  • descrença por parte do professor em relação ao plano;
  • falta de condições favoráveis para desencadear um processo de planejamento;
  • rotatividade de professores
  • ausência de trabalho coletivo.

Justificativa para a Didática no Ensino da Matemática

Vivemos em um mundo de linguagens, dentre essas se encontra a linguagem matemática. E para ler mais competentemente esse mundo codificado, o ensino da matemática é fundamental para a compreensão e decifração de muitos desses códigos.
A capacidade de resolução de problemas e o domínio da linguagem matemática são algumas das mais requeridas exigências de nossa sociedade. A atividade matemática é um desafio á inteligência, à capacidade de abstração e criatividade. É necessária e importante tanto para a leitura de mundo, quanto para o desenvolvimento do raciocínio lógico, à construção de esquemas conceituais e projeções, decodificação e resolução de problemas, autonomia do pensamento e exercício da cidadania.
Nesse contexto é fundamental uma postura de ensino adequada a esses objetivos, relacionada em especial ao trabalho do professor e as estratégias para o ensino e a aprendizagem da matemática.

Praticas distorcidas+Formação Inadequada = Aversão à Matemática

Sendo a matemática socialmente distorcida como uma disciplina de verdades incontestáveis, e o professor muitas vezes não ter formação adequada para estar atuando, forma-se um quadro que tem como conseqüência a aversão à disciplina.

Sabemos também que a matemática tem um certo prestigio, e muitos professores abusam desse prestigio para controlar seus alunos, ameaçando, punindo, amedrontando, cerceando o poder criativo e a autonomia.

Uma formação mais consistente e continuada pode amenizar essas praticas distorcidas e implementar uma nova postura no ensino da matemática, encarando-a como um instrumento para o desenvolvimento da autonomia dos aluno, para que estes produzam matemática, desaparecendo o autoritarismo do professor, dono do saber e da verdade. Para tanto o professor deve recorrer as mais variadas fontes de pesquisa e informação: Pedagogia, psicologia, sociologia, filosofia, etc.

Educação Emancipatória - Educar para a Autonomia

A possibilidade de um ensino crítico, criativo e comprometido com a mudança social vem crescendo numa visão nova. Porém, ainda a criatividade esbarra e acaba sendo vencida pela cognição, tornando deficitário o desenvolvimento total da pessoa.

Apresenta-se então um grande desafio, o de integrar tecnologia e criatividade, dois fatores que determinam em nosso tempo o desenvolvimento adequado da educação.

Além disso, há que se quebrar tabus que não estão totalmente resolvidos e dizem respeito ao relacionamento de poder entre mestre e aluno. O ensino, de certa forma está muito ligado ao conceito de autoridade. Nas experiências anteriores, o centro de atividade era o professor. Com a proposta do ensino novo em deslocar o centro de interesse para o aluno, brotou de todos os lados um profundo questionamento sobre o princípio de autoridade.

Sobre isso, Freire (1967, p.67) afirma que o diálogo não pode verificar-se na relação de dominação. A relação que se estabelece entre um professor que sabe que o estudante não sabe e um aluno que sabe que o professor sabe é uma relação de dominação que fixa hierarquicamente essa relação. Isso pode se resumir em: “Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim?”

O ambiente é propício para a observação das individualidades. Por isso, a questão da autoridade, por sua complexidade, merece de todos uma reflexão mais demorada, quando concluímos que na escola vários aspectos concorrem para essa relação de autoridade e poder.

Estão incluídos nesse contexto e se relacionam entre si política educação, trabalho, família. No centro estão as figuras do professor e do aluno. O professor com a função ambígua de reproduzir conhecimentos sobre o sistema e ao mesmo tempo questioná-lo.

Ainda sobre as relações de poder na educação, somos todos influenciados pela ideologia dominante, ou seja, o progresso tecnológico que caminha de mãos dadas com a ideologia de mercado, em nome dos quais há a exploração, alienação e domesticação de milhões de homens e mulheres que são mantidos, através de uma cadeia de processos, pelo efeito dominó, afastados dos meios de educação, trabalho, cultura e lazer.

A pratica pedagógica no ambiente escolar tem força em seu discurso. Ele pode esconder ou escancarar realidades, menosprezar ou prestigiar aqueles a quem se dirige confundir ou esclarecer dúvidas. Enfim, ele tem o poder de anunciar a educação da adaptação ou a educação da transformação.

Uma educação emancipatória, para a autonomia requer uma formação cada vez mais significativa e consciente, durante toda vida dos indivíduos. Reafirma-se aqui a importância da consistência do trabalho educativo numa perspectiva de democracia, conjunto e compromisso.

Nesse contexto o ensino, da Matemática em particular, precisa estar mais associado à compreensão do significado, do que na aplicação de regras. É importante, se buscamos a autonomia dos alunos, que esses entendam e construam o significado dos conceitos matemáticos, que manifestem procedimentos e formas próprias de raciocínio, compreendendo a matemática como uma maneira especifica de interpretar a realidade, uma linguagem que precisa ser dominada e usada significativamente.


O modo de ensino é dialógico e prático, requer professores reflexivos aos valores do intelecto e instigadores da capacidade crítica dos jovens, homens e mulheres livres, com uma dedicação especial. O professor deve estimular o aluno a explorar conjuntamente as diversas possibilidades na experiência cotidiana; O material didático precisa estar organizado para encorajar a reflexão. O conhecimento deve ser produzido continuamente por meio de ações reflexivas. O aluno precisa ser participante no processo de criar, planejar, executar e avaliar o conhecimento de forma investigativa. A avaliação deve ter função recursiva para a reflexão crítica, essencial para a transformação contínua da experiência, não baseada em notas, mas em metas, com um papel construtivo. É mais uma etapa do diálogo da integração que desenvolve saberes intelectuais e sociais.

O princípio fundamental dessa ação transformadora é a consideração do indivíduo em sua totalidade, possibilitando-lhe a liberdade de desenvolver sua própria personalidade tanto no âmbito intelectual como no emocional. Assim o currículo, a Matemática, professores e alunos se mantêm abertos ao mundo ao seu redor.

Contudo, uma aprendizagem emancipatória mais significativa e consistente, para a autonomia, precisa muito mais que atitudes isoladas e ações esporádicas. É preciso levar-se em conta o âmbito em que se desenvolvem as ações educativas, os envolvidos nesse processo, a coerência dos procedimentos que se adotam; o que se tem, o que se pode fazer, clareza e pesquisa sobre o cerne de toda problemática envolta na educação, para ações mais fundamentadas, maiores adesões conscientes na luta por uma educação realmente para todos.




REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

sábado, 3 de julho de 2010


ERRO = Quem AINDA NÃO APRENDEU

O erro do aluno tem sido encarado tradicionalmente como um pecado. Algo inadmissível e repudiado, contrariando o dito popular “errar é humano”. Na disciplina Educação Matemática II de nosso curso de Licenciatura em Matemática, nos foi solicitado apresentar um seminário sobre o tema: Incorporação do Erro do aluno como recurso didático, no qual cada equipe poderia enfocar qualquer aspecto dessa temática. Nosso grupo abordou o subtema “Erro = Quem AINDA não aprendeu”. Nosso objetivo foi discutir sobre a importância do professor confiar na possibilidade do aluno estar sempre aprendendo e de se comprometer em oportunizar desafios, tornando o “vir a ser” possível. Disponibilizamos um link dos slides que utilizamos para essa apresentação para compartilhar com vocês. Nesta mesma apresentação finalizamos com o vídeo da música Paciência de Lenine, abordando sobre a subjetividade e o caráter momentâneo do ato de avaliar, a necessidade de respeitarmos os ritmos de aprendizagem de cada aluno, sinalizando que cada um tem seu tempo de aprendizagem e de que aquele aluno que hoje não responde o esperadamente pode amanha surpreender, por isso devemos evitar rótulos, estigmas, estereótipos e ter paciência.

http://www.youtube.com/watch?v=-XRfPaciência (Lenine)vg

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Educação, Matemática e Pedagogia.

Institucionalmente educação tem como finalidade desenvolver a autonomia dos alunos para a construção de sua sociedade, sua moral, seu intelecto.

O ensino da matemática dentro dessa perspectiva precisa estar pautado em ações que visem formar cidadãos competentes, conscientes de suas ações e dos problemas pelos quais passam a sociedade em que vivem, sujeitos ativos em sua pratica social, críticos e dominantes dos fundamentos a cerca de sua critica.

Se estamos preocupados em alcançar maior qualidade no ensino, precisamos também analisar a utilidade do que estamos ensinando e o que pretendemos ensinar a nossos alunos. Nessa perspectiva a matemática ganha uma dimensão maior, o ensino da matemática não se limita à tabuada, regras e problemas desconexos. Matemática é para a vida, numa abordagem holística, para tornar o individuo melhor, não um mero CDF, mas um ser mais humanizado, com ética, sensibilidade e senso comunitário.

Conseqüentemente a ação do professor não pode ser espontaneista. Como afirma Marilena Chauí o trabalho pedagógico deve se desenvolver para além do senso comum e se tornar realmente uma atividade intencional.

Esse tipo de formação também é de responsabilidade dos professores de matemática, cuja função não é só dar aulas, mas colaborar com a formação humanizadora. Com essa perspectiva o estudo e a pesquisa da Organização do Trabalho Pedagógico é imprescindível para auxiliar o professor na mediação da aprendizagem com vistas ao desenvolvimento destes objetivos maiores.

Equipe do (RE) Significando